TRECHOS DO LIVRO: DESMASCARANDO O ESPÍRITO DE JEZABEL
Dividir e conquistar
O primeiro movimento do espírito de
Jezabel muitas vezes é assumir o controle por meio da remoção da autoridade
profética. Se ele conseguir se estabelecer entre o povo, os pastores e os
líderes proféticos, então começa a subverter a profecia. Uma das armas que
emprega é desacreditar a autoridade profética por meio de argumentações,
opiniões contrárias e fatos distorcidos. Ironicamente, a pessoa que opera sob o
espírito de Jezabel terá revelações que parecerão espirituais, mesmo para os
mais experientes.
Conquistar por meio da união
Para seduzir e depois conquistar o líder
profético, o espírito de Jezabel busca conquistar sua simpatia. O indivíduo
tentará se unir ao profeta na esfera espiritual, dizendo: "Sou parecido
com você. Parece que sei o que você está pensando ou sentindo. Nossos
espíritos estão interligados." No entanto, essas palavras se tornam uma
armadilha que prendem a mente, à vontade e as emoções do profeta.
O espírito de Jezabel "fala"
espiritualmente, mas sua força emana do poder da alma, e no final se torna
mortal para o dom de sua vítima. Seu alvo é diluir a revelação, trazendo
corrupção, profanação, desrespeito e desdém pela verdadeira profecia. Em alguns
casos, essa aparente união pode se transformar em praticas sexuais.
O espírito de Jezabel busca ter intimidade
com o poder. Pode empregar a fascinação e o charme de maneiras aparentemente
inócuas, até conquistar a amizade e a confiança — uma familiaridade ilegítima.
Assim como os cristãos são unidos pelo Espírito Santo, o indivíduo com o
espírito de Jezabel busca se unir à alma de outras pessoas, como se fosse uma
união espiritual.
Vínculos que prendem
Em geral, podemos descobrir como pessoas
piedosas podem criar um relacionamento de ligação de alma com pessoas que têm o
espírito de Jezabel. Tudo começa na esfera da alma. Homens e mulheres descobrem
que uma necessidade emocional pode ser suprida por essa pessoa.
Para um líder do sexo feminino, essa
ligação de alma geralmente se manifesta como um desejo consumidor e magnético
de estar perto da pessoa. Freqüentemente, as duas pessoas se tornam ótimas
amigas, como se fossem "irmãs". A pessoa com o Espírito de Jezabel
pode tentar assumir as atribuições da líder.Enquanto o relacionamento vai se
aprofundando, a líder pode sentir que está sendo engolida ou sufocada por
Jezabel.
Outro recurso é ensoberbecer o profeta. O
espírito de Jezabel pode se apresentar como um amigo compreensivo — uma
"alma gêmea" - que entende a dor de ser mal interpretado e rejeitado.
Eles artificializam calor humano, o que seduz o profeta, tornando-o vulnerável
e disposto a confidenciar problemas pessoais. Se o profeta tem uma fraqueza ou
um sentimento de rejeição, pode ficar cego pelo espírito de Jezabel, o qual
explora sua debilidade a fim de conseguir autoridade. A carência do líder de
ser amado pode obscurecer sua capacidade de discernir o engano do qual está
sendo alvo.O profeta deve confrontar as tentativas desse espírito de envaidecer
e seduzir, seja esta sedução física ou emocional. Quando é desafiado, em geral
esse espírito maligno finge uma humildade momentânea. No entanto, no final ele
redobra sua força e se levanta como uma serpente num grande ataque verbal. Tal
explosão de cólera pode ser formidável. Uma vez que reconhecem o que está
acontecendo, muitos líderes não reagem e fracassam em se libertar da prisão
emocional. Muitas vezes, esta prisão faz com que se sintam culpados por
pensarem em romper o
relacionamento.
Alguém com o espírito de Jezabel buscará conquistar a simpatia de muitas pessoas, em especial quando é
confrontado. Irá alegar que está sofrendo perseguição. Pode empregar frases
de efeito para desarmar os argumentos levantados contra ele. Se o pastor reagir
de forma defensiva a esse discurso, somente reforçará a alegação do espírito de
Jezabel de estar sendo perseguido. Se o pastor não tiver um forte
relacionamento com os membros da liderança, pode se envolver e ficar preso numa
alienação ilógica e irracional.
Quando o indivíduo com
o espírito de Jezabel recebe reconhecimento, inicialmente ele responde com
falsa humildade. Esse recurso serve para prender ainda mais as pessoas e
convencê-las de sua espiritualidade. No entanto, essa mansidão enganadora dura
pouco. A falsa humildade é, na verdade, uma máscara para esconder as raízes
profundas do orgulho e da presunção.
Chantagem emocional
Ao se afastar (ou
ameaçar fazer isso), o espírito de Jezabel em geral busca desacreditar o pastor
e afirmar que ele não é mais tão espiritual quanto costumava ser. O espírito
também pode alegar que se preocupa apenas com o bem-estar da
congregação.
Postura defensiva
Quando confrontado com as questões citadas
acima, o individuo com o espírito de Jezabel geralmente responde com afirmações
do tipo: "Só estou tentando ajudar", "Estou apenas
obedecendo a Deus" ou "Deus me disse para fazer assim". E lamentável,
pois essas respostas procedem de um falso senso da vontade de Deus. Tais
respostas se tornam uma espécie de trunfo, pois a afirmação de que Deus ordenou
certa ação encerra qualquer debate. Essa lógica do tipo "beco sem
saída" não pode ter permissão de se instalar na discussão. A batalha não
é na esfera da razão, onde se combate lógica com lógica. E na esfera
espiritual, onde Deus separa alma e espírito.
Irracionais e insubmissos
Considerando a si próprios como
espiritualmente superiores, os indivíduos com o espírito de Jezabel muitas
vezes acreditam que Deus lhes deu uma aura de proteção, imunizando-os contra
qualquer espírito enganador. Lamentavelmente, podem achar que a maturidade
espiritual os torna imunes ao pecado e ao engano.
Acreditando que foram altamente
favorecidos e escolhidos para uma elevada posição espiritual, esses indivíduos
concluem que possuem uma força divina secreta. Assim, seu apoio emocional
procede de dentro, de sua experiência subjetiva, e não de Deus e da
Palavra.
Apelando aos outros
Há caminho que ao homem parece direito,mas ao
cabo dá em caminhos de morte. — Provérbios 14.12
Dando a impressão de ter profunda
compreensão das questões da igreja, o espírito de Jezabel, geralmente, não
compartilha as opiniões primeiro com o pastor, de acordo com o padrão
bíblico. Pelo contrário, compartilha suas opiniões sobre a igreja com outras
pessoas, construindo uma base de apoio. Claramente está atitude não tem
fundamento bíblico. O padrão bíblico ensina que o profeta não ia primeiro
ao povo, mas ao rei! Era o rei que tinha a responsabilidade diante de Deus de
falar ao povo e liderar. O profeta sempre ia diretamente ao rei - não ao povo
-, e Deus abria a porta de acesso à realeza.
Um espírito de rebelião leva o indivíduo a
compartilhar suas opiniões sobre a igreja com outros membros. Talvez suas
revelações procedam de uma palavra genuína de conhecimento ou de sabedoria. No
entanto, quando o indivíduo ultrapassa seus limites, a revelação se mescla com
sua natureza humana - mente, vontade e emoções - e se corrompe.
Pastores precisam atentar para as pequenas raposas que querem
destruir a vinha em suas igrejas.
Semelhantemente, um indivíduo com o
espírito de Jezabel tira proveito da
falta de memória do pastor. Como ele não se lembra do que foi dito palavra
por palavra, Jezabel torce as palavras,
ou dá um "novo" significado às suas profecias antigas. Assim, faz com
que todas as suas predições sejam totalmente precisas. Tal indivíduo não tem
intenção de prestar contas de seus atos. Por isso, tende a ser evasivo e abrasivo
para com a verdade e menopreza qualquer exigência de veracidade e compromisso. Raramente ele admite um erro. No entanto,
pode ceder algumas vezes, apenas para sobreviver e vencer em outra ocasião.
Vida familiar desordenada
Muitas vezes, o marido de uma mulher que
opera sob o espírito de Jezabel não será capaz de se levantar como sacerdote do
lar porque este espírito destrói esse sacerdócio, assim tomo Jezabel destruiu o
sacerdócio de Yahweh e emasculou o rei Acabe.
0 esposo, com freqüência, se torna indolente, desinteressado
e desmoralizado. O marido permite que a esposa domine e o controle, mas
secretamente ele a despreza e odeia por causa disso. Enquanto ela se torna mais
agressiva, ele se torna mais retraído.
Movido pela raiva, o marido pode se voltar
para os flertes, a pornografia, o sexo virtual, o voyeurismo, ou outras
formas de aliviar sua carência afetiva e de se sentir bem c no controle.
Algumas vezes, o marido e a esposa ficam sob o espírito de
Jezabel. Quando isso acontece, formam um par formidável, enquanto o espírito
opera em conjunto. No entanto, como acontece com a abelha rainha, a mulher
continua no controle. O marido, embora possa parecer forte, será seu escravo.
No caso do marido cristão, o espírito de
Jezabel fará com que ele abandone suas responsabilidades sacerdotais dadas por
Deus, como líder espiritual de sua casa. Em alguns casos, o marido pode até
oferecer alguma nutrição espiritual. Pode até liderar as reuniões devocionais
da família. Tais ações são permitidas por Jezabel a fim de que os outros — ou
mesmo o próprio marido sejam incapazes de reconhecer seu controle sutil. Na
verdade, porém, ela continua a manter a verdadeira autoridade no lar.
Consciente do ensino bíblico sobre a ordem divina do casamento, ela pode
decidir não demonstrar abertamente seu poder, quando recebe a visita dos
amigos. No entanto, seu controle será reforçado quando estiver a sós com o
marido.
Uma mulher com o espírito de Jezabel
mantém, muitas vezes, o controle sobre o marido por meio do leito conjugai. Ela
recompensa a obediência dele com gratificação sexual. Quando ele se rebela, ela
suspende a intimidade sexual.
Castrando o marido
O espírito de Jezabel levará a mulher a
criticar e depreciar seu marido, dizendo que ele não é muito espiritual, não é
ousado, não ganha muito dinheiro, ou está atrapalhando o ministério dela. Ela
pode aplicar uma pressão sutil sobre ele, simplesmente suspirando e comentando
como seria bom ter isso ou aquilo, sabendo que ele não pode comprar. Pode
também insinuar que, se ele realmente a amasse, trabalharia mais para suprir
suas necessidades e satisfazer seus desejos. Tal manipulação coloca uma
tremenda pressão sobre o homem e aumenta seu ressentimento. Também pode
levá-lo aos braços de outra mulher que seja mais sensível às suas necessidades.
Implicações para as filhas
As meninas criadas por mães dominadoras
podem manifestar comportamento masculino ou agressividade excessiva. Tornando-se
como a mãe, elas reprimem a verdadeira feminilidade, considerando-a como um
empecilho. Algumas têm sementes de rebelião, manipulação ou controle plantadas
em seus corações pela mãe dominadora e, por sua vez, passam a operar sob o
espírito de Jezabel. Incapazes de enxergar a verdadeira causa da dor, algumas
aderem aos movimentos de emancipação feminina ou movimentos de bruxaria como WICCA.
Lamentavelmente, mesmo que uma jovem sonhe encontrar um homem que preencha
o vazio deixado por seu pai, pode descobrir que tem dificuldade de confiar nos
homens e também em Deus como Pai.
Implicações para os filhos
Sempre que os pais deixam de cumprir seus
papéis legítimos no casamento, os filhos podem ficar confusos sobre a própria
masculinidade. Alguns podem se tornar sexualmente agressivos e tentar dominar
as mulheres à força. Os jovens também podem responder à intimidação da mãe
tornando-se tiranos e buscando dominar sua esposa e filhos. A opressão
masculina sobre a mulher muitas vezes é motivada pelo ressentimento contra a
figura dominadora da mãe.
Alguns jovens, movidos pelo ressentimento
contra mulheres, podem reagir afastando-se delas. Podem reagir à necessidade
não suprida da afeição e autoridade paternas, sendo atraídos para pessoas do
mesmo sexo, principalmente ao erotizar o vazio masculino em sua vida.
1.
Raiz de rebelião
Achando que tinha razão ao questionar a
autoridade de Moisés, Core exaltou sua própria vontade acima de tudo.
Semelhantemente, o espírito de Jezabel acredita que tem o direito de
questionar a autoridade do pastor e tenta iniciar uma revolta. Desde que toda
autoridade é instituída por Deus, revolta contra os líderes é rebelião -
iniqüidade - contra o próprio Deus (falaremos mais sobre o espírito de
iniqüidade no capítulo nove).
A rebelião faz parte da essência daqueles
que operam sob o espírito de Jezabel. Achando que estão ouvindo a voz de Deus,
eles exaltam a própria vontade acima da vontade divina ou sobre a autoridade
que Deus instituiu sobre eles (Hb 13). Sempre que nossa vontade é governada
pelos nossos desejos, adoramos nossos interesses pessoais, e não Deus. Em
essência, tornamo-nos nossos próprios ídolos.
Deus equipara a rebelião à feitiçaria, que
consiste em poder adquirido com a assistência de espíritos malignos (1 Sm
15.23). Faz pouca diferença se o indivíduo tem ou não consciência de que está
sendo influenciado por espíritos malignos.
Na Escritura, Jezabel foi acusada de
feitiçaria (2 Rs 9.22a). Portanto, não surpreende que o espírito de Jezabel
opere por meio da feitiçaria, mesmo nos estágios iniciais de seu domínio sobre
a vida de alguém.
Impondo-se sobre outros
O espírito de feitiçaria impõe sua vontade por meio de
manipulação. Ele destrói o senso de valor pessoal do indivíduo e menospreza sua capacidade de tomar
decisões, estabelecendo sua própria autoridade "elevada" à custa da
soberania de sua vítima. Pode envolver uma expressão de autoridade ilegítima
que foi usurpada. Também pode envolver uma expressão injusta de autoridade
legítima.
Coisas feitas em segredo
Na Escritura, a palavra usada com maior
freqüência para feitiçaria é o termo hebraico anan, que significa cobrir
ou agir de forma encoberta. É exatamente isso que o espírito de Jezabel faz.
Embora o indivíduo possa não ser um
praticante de feitiçaria, ou um espírito de Jezabel plenamente desenvolvido que
busca destruir a congregação ou o pastor, pode ter um espírito de feitiçaria.
Um indivíduo pode ser cristão e agir sob um espírito de feitiçaria sem ao menos
perceber. Esse espírito tem estado hibernando há muito tempo dentro do Corpo de
Cristo e, lamentavelmente, opera por intermédio de alguns vasos escolhidos do
Senhor. Mesmo intercessores e profetas maduros podem de vez em quando operar
sob a influência desse espírito maligno, bastando que haja portas abertas de
antigas feridas. A evidência de feridas não curadas é se o indivíduo fica
constantemente se debatendo com sentimentos de rejeição, de desvalorização, ou
se sente ignorado. Ou, então, se luta constantemente contra a amargura, o
espírito crítico e a ira.
Comportamento egocêntrico
Como Lisa, um cristão influenciado pelo
espírito de Jezabel pode não ter intenção de destruir a igreja. No entanto,
indivíduos operando em níveis variados de rebelião e de feitiçaria já
destruíram muitas igrejas. Assim, a feitiçaria pode operar por intermédio de um
indivíduo que tenta assumir o controle. O controle e a manipulação são
fortalecidos depois de cada empreendimento bem-sucedido. Cheia de autopiedade e
orgulho, a alma do indivíduo corre o risco de ser plenamente dominada por
demônios. Esse tipo de feitiçaria pode ser exercido sem que haja envolvimento
com ocultismo, mesmo por parte de cristãos que professam Jesus como Senhor.
Uma pessoa que opera numa forma mais avançada de feitiçaria está determinada a
impor sua vontade, não importa qual seja o custo moral. No caso de Jezabel, o
controle e a manipulação apelaram para o assassinato.
2.
Raiz
de amargura
Atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,
muitos sejam contaminados. — Hebreus 12.15 A rebelião, em todas as suas formas, tem várias raízes; uma
delas é a amargura. A amargura abre a porta pela qual o espírito de
Jezabel se esgueira para dentro da alma da pessoa, sem ser detectado. Muitas vezes,
a amargura se instala em nossa vida quando sentimos que estamos sendo privados
de reconhecimento ou honra. A autopiedade se desenvolve, e o indivíduo,
consciente ou não, começa a buscar formas de conseguir atenção e poder mostrar
o dom que acha que tem.
A amargura se instala na alma humana, pois
é uma fortaleza ligada ao egoísmo e ao orgulho. Ela pode ser dirigida contra
Deus ou contra aqueles que Ele instituiu como autoridade. Desde que, com
freqüência, trata-se de uma reação a uma suposta injustiça ou exercício injusto
de autoridade, ela faz com que o indivíduo reaja contra toda autoridade, seja
esta justa ou injusta. A amargura
provoca desesperança. Entretanto, visto que ela está ligada ao orgulho, essa
desesperança induz a pessoa a conceber esquemas que promovam seus dons.
Amargura é pecado. Ela prejudica
profundamente a pessoa e leva à iniqüidade. Como acontece com todo pecado, o
indivíduo deve reconhecer a amargura, se arrepender e ser curado mediante a
graça de Deus.
Fruto ácido
A raiz de amargura produz frutos variados.
Pode gerar imoralidade (Hb 12.14-16), ira profunda e duradoura e ressentimento,
ou um padrão de relacionamentos rompidos. Além disso, a raiz de amargura é contagiosa.
Um espírito amargurado infectará o espírito de muitas pessoas.
A cruz é a cura para a raiz de
amargura. Somente Jesus, como o Grande Médico, pode nos libertar desse tormento
demoníaco. Sua unção pode nos tirar dos nossos caminhos de rebelião. Assim, um
coração amargo e rebelde pode ser transformado num coração grato e obediente,
mediante o toque da graça de Deus. Depois desse livramento, a pessoa decide
submeter-se às autoridades instituídas por Deus. Submissão é uma decisão que o
indivíduo deve tomar - não um sentimento. A prática contínua da submissão
produz mansidão. Lembre-se: Jesus disse que os mansos herdarão a Terra (Mt
5.5).